“Concerto em 13 Chamamentos” é uma exploração audiovisual em torno dos lugares, das paisagens e dos objectos sonoros de S. Mamede de Ribatua, no distrito de Vila Real.
Composto por 13 peças, este concerto experimental integra o projeto Chamar à pedra, Fraga, que apresenta o resultado do trabalho realizado nesta aldeia durante a residência artística Vivificar promovida pela Plataforma de Fotografia CI.CLO.
Em S. Mamede interessei-me particularmente pela Banda Filarmónica, não só por ser a mais antiga do país (o seu início data de 1799), mas principalmente enquanto elemento transgeracional e agregador da comunidade local.
Partindo de um mapeamento previamente feito da biografia deste território, ou seja, as suas especificidades como as histórias, as memórias ou os seus lugares identitários (sejam eles arquitetura construída, paisagem natural ou simbólicos), estabeleci uma triangulação entre “lugar—músico—instrumento”, desafiando, para isso, alguns elementos da Banda Filarmónica à participação.
Assim, as 13 peças aqui publicadas surgem da confrontação não programada de 13 músicos com 13 locais/objetos distintos, e resultam numa série de pequenos concertos improvisados e exploratórios sobre os lugares, reveladores da forma como os instintivamente percepcionamos e interpretamos. Podem ser visualizadas sequencialmente, individualmente ou, melhor ainda, de forma simultânea, ação que acrescenta ao "Concerto" valor plástico, pelas múltiplas conjugações sonoras possibilitadas, e simbólico, reunindo os elementos individuais numa fictícia apresentação de grupo.
Com cada músico e o seu instrumento musical estabeleci diferentes exercícios para sondar a singularidade e a materialidade do que o rodeava: desde interagir com os sons produzidos pelo depósito de metal que armazena as águas negras descartadas do lagar de azeite; a constatar os sons pétreos da mina de volfrâmio da Branca, que serviu simultaneamente os aliados e os alemães durante a Segunda Guerra Mundial e onde muitos marteleiros morreram com silicose; ou até revelar a reverberação cavernosa da Barragem do Tua, colocando na central interior duas tubistas (mãe e filha), num aparente diálogo em eco.
Estes exercícios guiados, de interpretação e improvisação, com cada elemento da banda filarmónica permitiram um ato performático pertinente de reconhecimento e exploração dos sons da aldeia numa tentativa de activação da memória e identidade colectivas desta comunidade a partir do seu território.
Como uma evocação ou um chamamento primitivo para os lugares nasce "Concerto em 13 Chamamentos".
ANO YEAR · 2022
RESIDÊNCIA ARTÍSTICA ARTISTIC RESIDENCE · Ci.CLO
LOCAL LOCATION · S. Mamede de RIbatua, Vila Real, PORTUGAL
AGRADECIMENTOS SPECIAL THANKS ·
Maria João Ruivo, André Tribbense, Patrícia Geraldes, Virgílio Ferreira, Gabriela Vaz-Pinheiro, Jayne Dyer, Jon Arne Mogstad, Marta Huet Rocha, Beatriz Almeida, Ana Guimarães, José Eduardo, Sandra Borges, António Figueiredo, Miguel Cartageno, José Serôdio, António Taveira, Manuela Ligeiro, Sara Mateus, Mario jorge Vaz, Mafalda mendes, LuÍs lameiras, Padre álvaro veloso, Raquel carvalho, andreia ribeiro, João Cruz, Celestina Marinho, Letícia Carvalho, Ana Rita Taveira, junta freguesia de são mamede de ribatua.
e AND
Banda Filarmónica Philharmonic Band ·
Pedro Pinto E Ramiro Morais [percussão PERCUSSION], António Mateus [pratos PLATES], Ana Borges [clarinete CLARINET], Rui Cardoso e Pedro Santos [trompete trumpet], Ricardo Seixas e António Leite - presidente da banda [trombone], Maria de Fátima e Cláudia Lopes [tuba], Filipa Carvalho [flauta flute], Beatriz Martins [oboé oboe], António VIEIRA [trompa horn], Daniel Cartageno e Rui Leal - maestro [saxofone saxophone], Bar da Banda.
“Concerto em 13 Chamamentos” é uma exploração audiovisual em torno dos lugares, das paisagens e dos objectos sonoros de S. Mamede de Ribatua, no distrito de Vila Real.
Composto por 13 peças, este concerto experimental integra o projeto Chamar à pedra, Fraga, que apresenta o resultado do trabalho realizado nesta aldeia durante a residência artística Vivificar promovida pela Plataforma de Fotografia CI.CLO.
Em S. Mamede interessei-me particularmente pela Banda Filarmónica, não só por ser a mais antiga do país (o seu início data de 1799), mas principalmente enquanto elemento transgeracional e agregador da comunidade local.
Partindo de um mapeamento previamente feito da biografia deste território, ou seja, as suas especificidades como as histórias, as memórias ou os seus lugares identitários (sejam eles arquitetura construída, paisagem natural ou simbólicos), estabeleci uma triangulação entre “lugar—músico—instrumento”, desafiando, para isso, alguns elementos da Banda Filarmónica à participação.
Assim, as 13 peças aqui publicadas surgem da confrontação não programada de 13 músicos com 13 locais/objetos distintos, e resultam numa série de pequenos concertos improvisados e exploratórios sobre os lugares, reveladores da forma como os instintivamente percepcionamos e interpretamos. Podem ser visualizadas sequencialmente, individualmente ou, melhor ainda, de forma simultânea, ação que acrescenta ao "Concerto" valor plástico, pelas múltiplas conjugações sonoras possibilitadas, e simbólico, reunindo os elementos individuais numa fictícia apresentação de grupo.
Com cada músico e o seu instrumento musical estabeleci diferentes exercícios para sondar a singularidade e a materialidade do que o rodeava: desde interagir com os sons produzidos pelo depósito de metal que armazena as águas negras descartadas do lagar de azeite; a constatar os sons pétreos da mina de volfrâmio da Branca, que serviu simultaneamente os aliados e os alemães durante a Segunda Guerra Mundial e onde muitos marteleiros morreram com silicose; ou até revelar a reverberação cavernosa da Barragem do Tua, colocando na central interior duas tubistas (mãe e filha), num aparente diálogo em eco.
Estes exercícios guiados, de interpretação e improvisação, com cada elemento da banda filarmónica permitiram um ato performático pertinente de reconhecimento e exploração dos sons da aldeia numa tentativa de activação da memória e identidade colectivas desta comunidade a partir do seu território.
Como uma evocação ou um chamamento primitivo para os lugares nasce "Concerto em 13 Chamamentos".
ANO YEAR · 2022
RESIDÊNCIA ARTÍSTICA ARTISTIC RESIDENCE · Ci.CLO
LOCAL LOCATION · S. Mamede de RIbatua, Vila Real, PORTUGAL
AGRADECIMENTOS SPECIAL THANKS ·
Maria João Ruivo, André Tribbense, Patrícia Geraldes, Virgílio Ferreira, Gabriela Vaz-Pinheiro, Jayne Dyer, Jon Arne Mogstad, Marta Huet Rocha, Beatriz Almeida, Ana Guimarães, José Eduardo, Sandra Borges, António Figueiredo, Miguel Cartageno, José Serôdio, António Taveira, Manuela Ligeiro, Sara Mateus, Mario jorge Vaz, Mafalda mendes, LuÍs lameiras, Padre álvaro veloso, Raquel carvalho, andreia ribeiro, João Cruz, Celestina Marinho, Letícia Carvalho, Ana Rita Taveira, junta freguesia de são mamede de ribatua.
e AND
Banda Filarmónica Philharmonic Band ·
Pedro Pinto E Ramiro Morais [percussão PERCUSSION], António Mateus [pratos PLATES], Ana Borges [clarinete CLARINET], Rui Cardoso e Pedro Santos [trompete trumpet], Ricardo Seixas e António Leite - presidente da banda [trombone], Maria de Fátima e Cláudia Lopes [tuba], Filipa Carvalho [flauta flute], Beatriz Martins [oboé oboe], António VIEIRA [trompa horn], Daniel Cartageno e Rui Leal - maestro [saxofone saxophone], Bar da Banda.